Um fator determinante quando se fala em reeducação alimentar é a mudança de hábitos alimentares. Mas porquê é tão difícil modificar alguns de nossos hábitos?

Os hábitos alimentares começam a ser formados ainda durante a gestação, quando a alimentação da mãe produz sensações ao feto, na infância, em torno dos 2 a 3 anos, a pessoa começa a consolidar seus hábitos alimentares, logo, quanto mais cedo e mais frequentemente um alimento é apresentado à criança, maior será a chance deste alimento fazer parte dos hábitos alimentares desta criança no futuro.

Estratégias usadas para fazer a criança/adolescente comer, como oferecer um alimento como prêmio - normalmente doce - ou dar um alimento para cessar o choro ou ceder aos pedidos da criança podem gerar distúrbios alimentares significantes na consolidação de seus hábitos. As sensações e lembranças que um determinado alimento produz na pessoa interfere diretamente na frequência do seu consumo. A mídia também tem um papel significante nas escolhas alimentares.

Durante a fase adulta, o histórico alimentar da infância e adolescência é somado ao estilo de vida que se leva e tenta-se fazer uma adaptação das refeições com os horários disponíveis e não o contrário, como deveria acontecer. O momento da alimentação deve ser feito com calma, deve ser um período de prazer, não apenas pelos processos digestivos todos que requerem uma diminuição das atividades para suprir as necessidades do organismo, mas também porque este será um momento de relaxamento, de pausa para reabastecer as energias.

Atualmente está cada vez mais difícil de organizar o tempo para fazer as refeições da forma correta. Vivemos um período onde tudo é "fast", principalmente a alimentação. O trabalho, a cultura, a economia, o ambiente em que a pessoa se encontra, tudo isso implica no tipo de refeição que ela fará e, principalmente no número de refeições que ela terá durante o dia. Fazer poucas refeições diárias pode prejudicar não só a produção da pessoa nas suas atividades diárias, como todo seu metabolismo de nutrientes acarretando problemas sérios de saúde como diabetes, dislipidemias, obesidade, estresse e hipertensão.

A seguir, algumas dicas para dar o primeiro passo para uma readaptação na sua alimentação e adquirir bons hábitos para sua vida:

• Procure fazer suas refeições com a família ou com os amigos, apreciando sempre o momento e o sabor dos alimentos;
• Oriente seus filhos a terem uma alimentação variada e evite que eles passem muitas horas em frente da televisão;
• Procure conhecer e valorizar os alimentos e preparações da sua região;
• Inclua frutas - entre 4 e 5 porções-, legumes e verduras nas suas refeições;
• Procure comer diariamente uma porção de feijão e duas de arroz - preferindo o integral;
• Beba pelo menos dois litros de água por dia;
• Leia os rótulos dos alimentos e verifique a tabela nutricional e a lista de ingredientes, optando sempre que possível pelos que tenham menor quantidade de sódio, gordura saturada e açúcar;
• Procure manter seu peso saudável;
• Pratique atividades físicas regularmente.

Fontes: IBGE; Ministério da Saúde; aulas GRA